terça-feira, 27 de janeiro de 2009

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Deslocamento dos Brasileiros (Revista Veja)



Congestionamento

A maioria dos motorizados não entende os congestionamentos. Este experimento prova que mesmo sem a presença de semáforo ou obstáculos o trânsito "trava" só pela quantidade de veículos transitando na via.

Manifesto dos Invisíveis

Motorista, o que você faria se dissessem que você só pode dirigir em algumas vias especiais, porque seu carro não possui airbags? E que, onde elas não existissem, você não poderia transitar?

Para nós, cidadãos que utilizam a bicicleta como meio de transporte, é esse o sentimento ao ouvir que "só será seguro pedalar em São Paulo quando houver ciclovias", ou que "a bicicleta atrapalha o trânsito". Precisamos pedalar agora. E já pedalamos! Nós e mais 300 mil pessoas, diariamente. Será que deveríamos esperar até 2020, ano em que Eduardo Jorge (secretário do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo) estima que teremos 1.000 quilômetros de ciclovias? Se a cidade tem mais de 17 mil quilômetros de vias, pelo menos 94% delas continuarão sem ciclovia. Como fazer quando precisarmos passar por alguma dessas vias? Carregar a bicicleta nas costas até a próxima ciclovia? Empurrá-la pela calçada?

Ciclovia é só uma das possibilidades de infra-estrutura existentes para o uso da bicicleta. Nosso sistema viário, assim como a cidade, foi pensado para os carros particulares e, quando não ignora, coloca em segundo plano os ônibus, pedestres e ciclistas. Não precisamos de ciclovias para pedalar, assim como os carros e os caminhões não precisam ser separados. O ciclista tem o direito legal de pedalar por praticamente todas as vias e tem preferência, garantida pelo Código de Trânsito Brasileiro, sobre todos os veículos motorizados. A evolução do ciclismo como transporte é marca de cidadania na Europa e de funcionalidade na China. Já temos, mesmo na América do Sul, grandes exemplos de soluções criativas: Bogotá e Curitiba.

Não clamamos [só] por ciclovias, clamamos por respeito. As leis de trânsito colocam em primeiro plano o respeito à vida. As ruas são públicas e devem ser compartilhadas entre todos os veículos, como manda a lei e reza o bom senso. Porém, muitas pessoas não se arriscam a pedalar por medo da atitude violenta de alguns motoristas. Estes motoristas felizmente são minoria, mas uma minoria que assusta e agride.

A recente iniciativa do Metrô de São Paulo de emprestar bicicletas e oferecer bicicletários é importante. Atende a uma carência que é relegada pelo poder público: a necessidade de espaço seguro para estacionar as bikes. Em vez de ciclovias, a instalação de bicicletários deveria vir acompanhada de uma campanha de educação no trânsito e um trabalho de sinalização de vias, para informar aos motoristas que ciclistas podem e devem circular nas ruas da nossa cidade. Nos cursos de habilitação não há sequer um parágrafo sobre proteger o ciclista, sobre o veículo maior sempre zelar pelo menor. Eventualmente, cita-se a legislação a ser decorada, sem explicá-la adequadamente. E a sinalização, quando existe, apenas proíbe a bicicleta, nunca comunica os motoristas sobre o compartilhamento da via, regulamenta seu uso ou indica caminhos alternativos para o ciclista. A ausência de sinalização deseduca os motoristas, porque não legitima a presença da bicicleta nas vias públicas.

A insistência em afirmar que as ruas serão seguras para as bicicletas somente quando houver milhares de quilômetros de ciclovias parece a desculpa usada por muitos motoristas para não deixar o carro em casa, que dizem "só mudarei meus hábitos quando tiver metrô na porta de casa", enquanto continuam a congestionar e poluir o espaço público, esperando que outros resolvam seus problemas em vez de tomar a iniciativa para construir uma solução.

Não podemos e não vamos esperar. Precisamos usar nossas bicicletas já, dentro da lei e com segurança. Vamos desde já contribuir para melhorar a qualidade de vida da nossa cidade. Vamos liberar espaços no trânsito e não poluir o ar. Vamos fazer bem para a saúde (de todos) e compartilhar, com os que ainda não experimentaram, o prazer de pedalar. Com força e determinação, iremos construir nossos espaços nas cidades e ser a vanguarda de um futuro sustentável para as próximas gerações.

Preferimos crer que podemos fazer nossa cidade mais humana do que acreditar que a solução para os nossos problemas é alimentar a segregação com ciclovias. Existem alternativas mais rápidas e soluções que serão benéficas a todos, se pudermos nos unir para construirmos juntos uma cidade mais humana.

A rua é de todos. A cidade também.


Nós, que também somos o trânsito:

Alberto Pellegrini
Alexandre Afonso
Alexandre Catão
Alexandre Loschiavo (Sampabiketour)
Alex Gomes ( U-Biker )
Alonzo "chascon" Zarzosa (Terrorista Latino)
Ana Paula Cross Neumann (Aninha)
André Mezabarba - BH
André Pasqualini (CicloBR)
André Vinicius Mulho da Costa
Antonio Lacerda Miotto (Pedalante)
Aylons Hazzud
Ayrton Sena Santos do Nascimento
Beto Marcicano (Super Ação!)
Bruno Canesi Morino
Bruno Gola
Carolina Spillari
Célia Choairy de Moraes
Chantal Bispo (Eu vou voando)
Daniel Ingo Haase (Fahrrad)
Daniel Albuquerque
Daniel das Neves Magalhães
Daniel Moura (Maceió - AL)
Daniela Pastana Cuevas
Danilo M May
Eduardo Lopes Merege
Eduardo Marques Grigoletto (CicloAtivando)
Evelyn Araripe
Fabiano Faga Pacheco
Fabrício Zuccherato (pedal-driven)
Flávio "Xavero" Coelho
Felipe Aragonez (Falanstérios)
Felipe Martins Pereira Ribeiro
Fernando Guimarães Norte
Frank Barroso (Movimento Cidade Futura)
Gustavo Fonseca Meyer
Hélio Wicher Neto
Ian Thomaz (Enquanto não Há Fogo)
Jeanne Freitas Gibson
João Guilherme Lacerda
José Alberto F. Monteiro
Juliana Mateus
Juliana da Silva Diehl
Jupercio Juliano de Almeida Garcia
Laércio Luiz Muniz (Onipresente Ausente)
Leandro Cascino Repolho
Leandro Kruszielski (meandros)
Leandro Valverdes
Leonardo Américo Cuevas Neira
Luciano César Marinho
Lucien Constantino
Luis Sorrilha (BigSP)
Luiz Humberto Sanches Farias
Marcelo de Almeida Siqueira (BiciCuba e Galeria do Artista)
Marcelo Império Grillo (MIG)
Márcia Regina de Andrade Prado
Márcio Campos
Mário Canna Pires
Matias Mignon Mickenhagen
Mathias Fingermann
Maurício Rodrigues de Souza
Otávio Remedio
Paula Cinquetti
Polly Rosa
Renata Falzoni (falzoni.com - nightbikers - espn/renatafalzoni)
Renato Panzoldo
Ricardo Shiota Yasuda
Ricardo Sobral (Bicicleta na Cidade)
Rodrigo Sampaio Primo
Ronaldo Toshio
Silvio Duarte Moris (silviobikersp)
Silvio Tambara (na medida do humano)
Tinho (Se Locomovendo na Selva de Pedra)
Thiago Benicchio (Apocalipse Motorizado)
Vado Gonçalves (Moonlight Bikers)
Vitor Leal Pinheiro (Quintal)
Willian Cruz (Vá de Bike!)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Dicas de segurança

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Ciclistas heroicos

Esse texto foi publicado hoje pelo colunista Ruy Castro na Folha de São Paulo

RIO DE JANEIRO - Na última quarta-feira, a ciclista Márcia Regina de Andrade Prado, 40, foi atropelada por um ônibus na avenida Paulista, em São Paulo. Caiu da bicicleta e a roda traseira do ônibus passou sobre sua cabeça. Morreu na hora. Dois dias depois, outro ciclista, o carioca Luis Carlos de Lima, 15, também foi atirado longe por um ônibus, em Botafogo, zona sul do Rio, e morreu no próprio local.Eles eram ciclistas experientes e cautelosos. Eram também pessoas ágeis, elásticas, habituadas ao uso do corpo: Márcia era massagista profissional e fazia parte do grupo Bicicletada, que luta pela adoção da bicicleta como meio de transporte; Luis Carlos, atleta do Fluminense e considerado uma promessa nos saltos ornamentais. Os dois caíram porque foram atingidos pelas jamantas.O Brasil só fabrica menos bicicletas que a China e a Índia, e tem 60 milhões desses veículos nas ruas. Ou seja, um em cada três brasileiros é um heroico ciclista. Apesar disso, a quilometragem de ciclovias do país é ridícula se comparada aos números lá de fora. Berlim, por exemplo, tem 753 km de ciclovias; Paris, 437 km; Bogotá, 340 km.O Rio, a cidade brasileira mais bem servida, tem 200 km -pode-se ir de bicicleta, pela orla, do Recreio dos Bandeirantes ao aeroporto Santos Dumont. É delicioso, mas não é suficiente. São Paulo tem apenas 22,5 km, dos quais 19 km ficam dentro de parques e só servem para o lazer.Márcia e Luis Carlos foram as primeiras baixas de 2009 na guerra dos ônibus e carros contra as bicicletas. Até o fim do ano, outros 80 ciclistas morrerão em São Paulo, vítimas da impaciência dos motoristas, para quem as bicicletas são um estorvo na rua, da insensibilidade oficial, que ainda não se tocou para as suas vantagens nos trajetos curtos, e da ditadura do automóvel.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Um breve histórico sobre a bicicleta





Ao que tudo indica, um dos precursores da bicicleta teria sido inventado por volta de 1817 em Paris pelo Barão Karl Friedrich Christian Ludwig Drais von Sauerbronn. A Draisienne, assim batizada em homenagem ao inventor, correspondia a um veículo de duas rodas de madeira, sendo o deslocamento resultante do impulso dos pés contra o solo. O aparato possuía ainda um guidão muito semelhante ao timão das embarcações, freio e um pequeno acolchoado correspondente ao atual selim. Tal invento apresentou considerável popularidade entre a pequena burguesia francesa desse período. Uma versão mais refinada da máquina de von Drais foi apresentada dois anos mais tarde em Londres. O hobby-horse foi desenvolvido por Denis Johnson como alternativa de passatempo à sociedade inglesa.

Na segunda metade do século XIX, o ferreiro francês Pierre Micheaux criou o velocípede, uma espécie de bicicleta cujo sistema de propulsão se dava por meio de pedais instalados diretamente à roda dianteira. O velocípede possuía uma estrutura de ferro e pesava cerca de 35 quilos. O meio de transporte chegou a ser produzido em escala industrial pela Micheaux et cie, uma sociedade firmada entre Pierre e Ernest Micheaux e os irmãos Ollivier e valia 500 francos-ouro. Entretanto, apenas pessoas bem condicionadas fisicamente poderiam usufruir do transporte já que, para fazer a grande roda dianteira girar, era necessária grande força do ciclistas nos pedais. Alguns anos mais tarde, ainda na década de 1880, apareceu a solução ao problema da dificuldade na propulsão dos pedais. A idéia de fixar os pedais em um pequeno círculo ligado à roda traseira por uma corrente dentada foi colocada em prática pelo britânico James K. Starley na cidade de Conventry. A tração dianteira da máquina passou a ser traseira. Além disso, pode-se observar melhora considerável na ergonomia do móvel quando Starley propôs o emparelhamento no tamanho da rodas. Na década seguinte, foram introduzidos pneus com câmaras de ar no lugar das rodas de metal. A bicicleta, assim, adquiriu o formato o qual conhecemos hoje, o que a tornou mais acessível às camadas mais baixas da população.

É importante destacar a dificuldade em encontrar uma única origem da bicicleta. É muito provável que diferentes pessoas, nas mais diversas partes do mundo, possam ter apresentado a mesma idéia: adaptar um cavalo a partir de duas rodas. Há relatos de esboços desenhados por Da Vinci que lembram muito uma bicicleta. O importante é salienta o que o advento e a popularização da bicicleta significou no cotidiano da repartida sociedade do final do século XIX. Um novo meio de transporte, de fácil manuseio, relativamente barato, seguro, limpo e que ajudou a intensificar a circulação nas ruas - e até em pequenas viagens - de pessoas comuns.



FONTES

EMBAIXADA DO REINO DOS PAÍSES BAIXOS (Brasília, DF). Holland - pioneers in international business: catálogo. Brasília: 2008.
HISTÓRIA DA BICICLETA. Disponível em: http://www.pedalcenter.com.br/CuriosidadesHistoriadaBicicleta.htm. Acesso em: 14 de dezembro de 2008.
MARCHAND, Jacques. El ciclismo. Madrid: Publicaciones del Comite Olimpico Español, 1977.

PERROT, Michelle (Org). História da vida privada 4: da Revolução Francesa à Primeira Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Projeto ecológico de ciclovia pode ser implantado na UFSC
A implantação de uma ciclovia dentro do campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, assim como equipamentos públicos (bicicletários) e espaços de lazer, com baixo impacto ambiental, partem do Projeto Ciclovia Ecoeficiente.
A utilização de materias reciclados no pavimento, fontes de energias alternativas (energia solar) e aproveitamento da água da chuva (que será usada nos vasos sanitários dos vestiários) são as principais diretrizes deste projeto, visando à diminuição da emissão de gases de combustíveis fósseis na atmosfera.

Mobilidade e acessibilidade ao maior espectro de usuários é também uma preocupação da equipe responsável pelo projeto, formada por bolsistas de diversos cursos da UFSC.
No final de 2008, foi montada uma equipe com um enfoque no caráter ecológico para o projeto. Doze bolsistas foram selecionados através de testes e entrevistas, formando uma equipe interdisciplinar coordenada pela professora Alina Gonçalves Santiago (Arquitetura e Urbanismo).
“Vivemos em um planeta à beira de um colapso econômico-ambiental, e muito disso está relacionado com hábitos do nosso dia-a-dia, dentre os quais se destaca o uso irracional do automóvel. A bicicleta é uma alternativa de transporte saudável e econômica, e o seu uso deve ser encorajado. Portanto nada mais lógico do que disponibilizar condições para que toda a comunidade da UFSC e seu entorno sinta-se disposta a trabalhar, estudar, se divertir diariamente, utilizando meios de transporte ecológicos como a bicicleta, patins, skate”, afirmou Ícaro Seleme, aluno de Arquitetura e Urbanismo da UFSC.
Além dos 12 bolsistas e da professora Alina Santiago, o projeto é apoiado pelo ETUSC (Escritório Técnico-Administrativo da UFSC) e pelo apoio da Administração Central, tendo como entusiasta o Reitor Álvaro Prata.

Os alunos disponibilizaram uma enquete online, para que os estudantes da universidade e a população participem indicando as principais necessidades e sugestões, dando continuidade ao projeto.

O Projeto Ciclovia Ecoeficiente ainda se encontra na fase inicial. Para que a ciclovia seja implantada, a equipe ainda precisa definir os principais trajetos da ciclovia e os materiais que serão utilizados, analisar os resultados da enquete, consultar o Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF) sobre o novo Plano Diretor de Florianópolis, e o ETUSC, a respeito de projetos previstos para o campus da Trindade. Por último, serão propostos modelos de bicicletários em pontos estratégicos do campus, além do orçamento.

“A implantação da ciclovia irá incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte. E com a criação de espaços de lazer, o campus servirá de opção para diversas pessoas que buscam diversão e bem-estar, sem prejudicar o meio ambiente”, afirmou Marília Carlini Freire, aluna de Engenaria de Produção Elétrica da UFSC.

A adaptação da universidade para portadores de necessidades especiais com rampas de acesso, caminhos cobertos e playgrounds adaptados são umas das idéias do projeto.

Mais informações no blog ou o por e-mail.

Blog: http://cicloviaecoeficiente.blogspot.com/
Email: ciclovia.ecoeficiente@gmail.com


(Por Cibelly Favero, Ambiente JÁ, 23/12/2008)

sábado, 10 de janeiro de 2009

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009



Cidade para poucos

Cidade para muitos

Cidade para todos

Como seria a UFSC sem carros?

Entre o Centro de Comunicação e Expressão (CCE) e o Centro de Ciências Físicas e Matemáticas (CFM)

CTC - Centro Tecnológico



CSE - Centro Sócio-Econômico

CSE - Centro Sócio-Econômico


Biblioteca Universitária (BU)


Centro Ciências da Educação (CED)

Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH)


fotos tiradas por Thadeu n. d'Almeida